segunda-feira, 11 de junho de 2012

Dama da noite

Dama da Noite


        Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros. A linguagem que eles usam para se comunicar quando rodam assim e assim por diante nessa roda-gigante. Você tem um passe para a roda-gigante, uma senha, um código, sei lá. Você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. Mas eu fico sempre do lado de fora. Aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar. Olhando de fora, a cara cheia, louca de vontade de estar lá, rodando junto com eles nessa roda idiota - tá me entendendo, garotão?
        Nada, você não entende nada. Dama da noite. todos me chamam e nem sabem que durmo o dia inteiro. Não suporto: luz, também nunca tenho nada pra fazer - o quê? Umas rendas aí. É, macetes. Não dou detalhe, adianta insistir. Mutreta, trambique, muamba. Já falei: não adianta insistir, boy . Aprendi que, se eu der detalhe, você vai sacar que tenho grana e se eu tenho grana você vai querer foder comigo só porque eu tenho grana. E acontece que eu ainda sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O verdadeiro amor. Pára de rir, senão te jogo já este copo na cara. Pago o copo, a bebida. Pago o estrago e até o bar, se ficar a fim de quebrar tudo. Se eu tô tesuda e você anda duro e eu precisar de cacete, compro o teu, pago o teu. Quanto custa? Me diz que eu pago. Pago bebida, comida, dormida. E pago foda também, se for preciso.
Pego, claro que eu pego. Pego sim, pego depois. É grande? Gosto de grande, bem grosso. Agora não. Agora querco falar na roda. Essa roda, você não vê, garotão? Está por aí. rodando aqui mesmo. Olha em volta, cara. Bem do teu lado. Naquela mina ali, de preto, a de cabelo arrepiadinho. Tá bom, eu sei: pelo menos dois terços do bar veste preto e tem cabelo arrepiadinho, inclusive nós. Sabe que, se há uns dez anos eu pensasse em mim agora aqui sentada com você, eu não ia acreditar? Preto absorve vibração negativa, eu pensava. O contrário de branco, branco reflete. Mas acho que essa moçada tá mais a fim mesmo é de absorver, chupar até o fundo do mal - hein? Depois, até posso. Tem problema, não. Mas não é disso que estou falando agora, meu bem.
        Você não gosta? Ah, não me diga, garotinho. Mas se eu pago a bebida, eu digo o que eu quiser, entendeu? Eu digo meu-bem assim desse jeito, do jeito que eu bem entender. Digo e repito: meu-bem-meu-bem-meu-bem. Pego no seu queixo a hora que eu quiser também, enquanto digo e repito e redigo meu-bem-meu-bem. Queixo furadinho, hein? Já observei que homem de queixo furadinho gosta mesmo é de dar o rabo. Você já deu o seu? Pelo amor de Deus, não me venha com aquela história tipo sabe, uma noite, na casa de um pessoal em Boiçucanga, tive que dormir na mesma cama com um carinha que.
        Todo machinho da sua idade tem loucura por dar o rabo, meu bem. Ascendente Câncer, eu sei: cara de lua, bunda gordinha e cu aceso. Não é vergonha nenhuma: tá nos astros, boy. Ou então é veado mesmo, e tudo bem.
        Levanta não, te pago outra vodca, quer? Só pra deixar eu falar mais na roda. Você é muito garoto, não entende dessas coisas. Deixa a vida te lavar a cara, antes. Bicho, esquisito: eu ia dizer alma, sabia? Quer que eu diga? Tá bom, se você faz tanta questão, posso dizer. Será que ainda consigo, como é que era mesmo? Assim: deixa a vida te lavrar a alma, antes, então a gente conversa. Deixa você passar dos trinta, trinta e cinco, ir chegando nos quarenta e não casar e nem ter esses monstros que eles chamam de filhos, casa própria nem porra nenhuma. Acordar no meio da tarde, de ressaca, olhar sua cara arrebentada no espelho. Sozinho em casa, sozinho na cidade, sozinho no mundo. Vai doer tanto, menino. Ai como eu queria tanto agora ter uma alma portuguesa para te aconchegar ao meu seio e te poupar essas futuras dores dilaceradas. Como queria tanto saber poder te avisar: vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo mau e solidão medonha.
        A roda? Não sei se é você que escolhe, não. Olha bem pra mim - tenho cara de quem escolheu alguma coisa na vida? Quando dei por mim, todo mundo já tinha decorado a tal palavrinha-chave e tava a mil, seu lugarzinho seguro, rodando na roda. Menos eu, menos eu. Quem roda na roda fica contente. Quem não roda se fode. Que nem eu, você acha que eu pareço muito fodida? Um pouco eu sei que sim, mas fala a verdade: muito? Falso, eu tenho uns amigos, sim. Fodidos que nem eu. Prefiro não andar com eles, me fazem mal. Gente da minha idade, mesmo tipo de. Ia dizer problema, puro hábito: não tem problema. Você sabe, um saco. Que nem espelho: eu olho pra cara fodida deles e tá lá escrita escarrada a minha própria cara fodida também, igualzinha à cara deles. Alguns rodam na roda, mas rodam fodidamente. Não rodam que nem você. Você é tão inocente, tão idiotinha com essa camisinha Mr. Wonderful. Inocente porque nem sabe que é inocente. Nem eles, meus amigos fodidos, sabem que não são mais. Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe. Quando viu, babau, já não é mais. Mocidade é isso aí, sabia? Sabe nada: você roda na roda também, quer uma prova? Todo esse pessoal da preto e cabelo arrepiadinho sorri pra você porque você é igual a eles. Se pintar uma festa, te dão um toque, mesmo sem te conhecer. Isso é rodar na roda, meu bem.
        Pra mim, não. Nenhum sorriso. Cumplicidade zero. Eu não sou igual a eles, eles sabem disso. Dama da noite, eles falam, eu sei. Quando não falam coisa mais escrota, porque dama da noite é até bonito, eu acho. Aquela flor de cheiro enjoativo que só cheira de noite, sabe qual? Sabe porra: você nasceu dentro de um apartamento, vendo tevê.
     Não sabe nada. fora essas coisas de vídeo, performance, high-tech, punk, dark. computador, heavy-metal e o caralho. Sabia que eu até vezenquando tenho mais pena de você e desses arrepiadinhos de preto do que de mim e daqueles meus amigos fodidos? A gente teve uma hora que parecia que ia dar certo. Ia dar, ia dar. sabe quando vai dar? Pra vocês, nem isso. A gente teve a ilusão, mas vocês chegaram depois que mataram a ilusão da gente.
Tava tudo morto quando você nasceu, boy, e eu já era puta velha. Então eu tenho pena. Acho que sou melhor, sei porque peguei a coisa viva. Tá bom, desculpa, gatinho. Melhor, melhor não. Eu tive mais sorte, foi isso? Eu cheguei antes. E até me pergunto se não é sorte também estar do lado de fora dessa roda besta que roda sem fim, sem mim. No fundo, tenho nojo dela - você?
         Você não viu nada, você nem viu o amor. Que idade você tem, vinte? Tem cara de doze. Já nasceu de camisinha em punho, morrendo de medo de pegar Aids. Vírus que mata. neguinho, vírus do amor. Deu a bundinha, comeu cuzinho. pronto: paranóia total. Semana seguinte, nasce uma espinha na cara e salve-se quem puder: baixou Emílio Ribas. Caganeira, tosse seca, gânglios generalizados.
Õ boy, que grande merda fizeram com a tua cabecinha, hein? Você nem beija na boca sem morrer de cagaço. Transmite pela saliva, você leu em algum lugar. Você nem passa a mão em peito molhado sem ficar de cu na mão. Transmite pelo suor, você leu em algum lugar. Supondo que você lê, claro. Conta pra tia: você lê, meu bem? Nada, você não lê nada. Você vê pela tevê, eu sei. Mas na tevê também dá, o tempo todo: amor mata amor mata amor mata. Pega até de ficar do lado, beber do mesmo copo. Já pensou se eu tivesse? Eu, que já dei pra meia cidade e ainda por cima adoro veado.
        Eu sou a dama da noite que vai te contaminar com seu perfume venenoso e mortal. Eu sou a flor carnívora e noturna que vai te entontecer e te arrastar para o fundo de seu jardim pestilento. Eu sou a dama maldita que, sem nenhuma piedade, vai te poluir com todos os líquidos, contaminar teu sangue com todos os vírus. Cuidado comigo: eu sou a dama que mata, boy. Já chupou buceta de mulher? Claro que não, eu sei: pode matar. Nem caralho de homem: pode matar. Já sentiu aquele cheiro molhado que as pessoas têm nas virilhas quando tiram a roupa? Está escrito na sua cara, tudo que você não viu nem fez está escrito nessa sua cara que já nasceu de máscara pregada. Você já nasceu proibido de tocar no corpo do outro. Punheta pode, eu sei, mas essa sede de outro corpo é que nos deixa loucos e vai matando a gente aos pouquinhos. Você não conhece esse gosto que é o gosto que faz com que a gente fique fora da roda que roda e roda e que se foda rodando sem parar, porque o rodar dela é o rodar de quem consegue fingir que não viu o que viu. O boy, esse mundo sujo todo pesando em cima de você, muito mais do que de mim e eu ainda nem comecei a falar na morte...
        Já viu gente morta, boy? É feio, boy. A morte é muito feia, muito suja, muito triste. Queria eu tanto ser assim delicada e poderosa, para te conceder a vida eterna. Queria ser uma dama nobre e rica para te encerrar na torre do meu castelo e poupar você desse encontro inevitável com a morte. Cara a cara com ela, você já esteve? Eu, sim, tantas vezes. Eu sou curtida, meu bem. A gente lê na sua cara que nunca. Esse furinho de veado no queixo, esse olhinho verde me olhando assim que nem eu fosse a Isabella Rossellini levando porrada e gostando e pedindo eat me eat me, escrota e deslumbrante. Essa tontura que você está sentindo não é porre, não. É vertigem do pecado, meu bem, tontura do veneno. O que que você vai contar amanhã na escola, hein? Sim, porque vocé ainda deve ir à escola, de lancheira e tudo. Já sei: conheci uma mina meio coroa, porra-louca demais. Cretino, cretino, pobre anjo cretino do fim de todas as coisas. Esse caralhinho gostoso aí, escondido no meio das asas, é só isso que você tem por enquanto. Um caralhinho gostoso, sem marca nenhuma. Todo rosadinho. E burro. Porque nem brochar você deve ter brochado ainda. Acorda de pau duro, uma tábua, tem tesão por tudo, até por fechadura. Quantas por dia? Muito bem, parabéns: você tá na idade. Mas anota aí pro teu futuro cair na real: essa sede, ninguém mata. Sexo é na cabeça: você não consegue nunca. Sexo é só na imaginação. Você goza com aquilo que imagina que te dá o gozo, não com uma pessoa real, entendeu? Você goza sempre com o que tá na sua cabeça, não com quem tá na cama. Sexo é mentira, sexo é loucura, sexo é sozinho, boy.
        Eu, cansei. Já não estou mais na idade. Quantos? Ah, você não vai acreditar, esquece. O que importa é que você entra por um ouvido meu e sai pelo outro, sabia? Você não fica. você não marca. Eu sei que fico em você, eu sei que marco você. Marco fundo. Eu sei que, daqui a um tempo, quando você estiver rodando na roda, vai lembrar que, uma noite. sentou ao lado de uma mina louca que te disse coisas, que te falou no sexo, na solidão, na morte. Feia, tão feia a morte, boy. A pessoa fica meio verde, sabe? Da cor quase assim desse molho de espinafre frio. Mais clarinho um pouco, mas isso nem é o pior. Tem uma coisa que já não está mais ali, isso é o mais triste. Você olha, olha e olha e o corpo fica assim que nem uma cadeira.
Uma mesa, um cinzeiro, um prato vazio. Uma coisa sem nada dentro. Que nem casca de amendoim jogada na areia, é assim que a gente fica quando morre, viu, boy? E você, já descobriu que um dia também vai morrer?
       Dou, claro. Ficou nervosinho, quer cigarro? Mas nem fumar você fuma, o quê? Compreendo, compreendo sim, eu compreendo sempre, sou uma mulher muito compreensiva. Sou tão maravilhosamente compreensiva e tudo que, se levar você pra minha cama agora e amanhã de manhã você tiver me roubado toda a grana, não pense que vou achar você um filho da puta. Não é o máximo da compreensão? Eu vou achar que você tá na sua, um garotinho roubando uma mulher meio pirada, meio coroa, que mexeu com sua cabecinha de anjo cretino desse nojento fim de todas as coisas. Tá tudo bem, é assim que as coisas são: ca-pi-ta-lis-tas, em letras góticas de neon. Mulher pirada e meio coroa que nem eu tem mais é que ser roubada por um garotinho ïmbecil e tesudinho como você. Só pra deixar de ser burra caindo outra vez nessa armadilha de sexo.
        Fissura, estou ficando tonta. Essa roda girando girando sem parar. Olha bem: quem roda nela? As mocinhas que querem casar, os mocinhos a fim de grana pra comprar um carro, os executivozinhos a fim de poder e dólares, os casais de saco cheio um do outro, mas segurando umas. Estar fora da roda é não segurar nenhuma, não querer nada. Feito eu: não seguro picas, não quero ninguém. Nem você. Quero não, boy. Se eu quiser, posso ter. Afinal, trata-se apenas de um cheque a menos no talão, mais barato que um par de sapatos. Mas eu quero mais é aquilo que não posso comprar. Nem é você que eu espero, já te falei. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro.
        Só por ele, por esse que ainda não veio, te deixo essa grana agora, precisa troco não, pego a minha bolsa e dou a fora já. Está quase amanhecendo, boy. As damas da noite recolhem seu perfume com a luz do dia. Na sombra, sozinhas. envenenam a si próprias com loucas fantasias. Divida essa sua juventude estúpida com a gatinha ali do lado, meu bem. Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui. continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura. Parada pateta ridícula porra-louca solitária venenosa. Pós-tudo, sabe como? Darkérrima, modernésima, puro simulacro.
       Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada.

Caio Fernado Abreu



(Extraído do livro Os Dragões Não Conhecem o Paraíso. Companhia das Letras. 1988)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Meus ovos!!!


Eu fico analisando o transito, a galera da loja de roupa, os vizinhos, os pedestres, os transeuntes em geral e o que eu percebo é uma total falta de tudo:
- de educação;
- de limite;
- de boa vontade;
- de generosidade;
- paciência;
- tolerância;
Ta todo mundo, com o perdão da palavra, cagando e andando. Só querem saber de garantir o seu e que se dane o resto.
Corroborando com a falta de noção geral,  percebo um excesso de egocentrismo, egoísmo, ismos, ismos e mais ismos.
Não é difícil perceber, um exemplo bem fácil de ser acessado são os diversos perfis das redes sociais. O que a maioria deles diz?
“Olhem para mim, olhem como eu sou isso e aquilo, olhem pra mim, olhem, olhem.”
Claaaaaaaaaaaaaaaaro que tem exceção, claro, claro, claro.
Mas a maioria é isso aí.
Será que essas pessoas já pensaram algum dia em sair de suas cabecinhas tacanhas e olhar em volta?
O que querem provar? Que são bonitos? Ricos? Divertidos? Populares? Felizes? Comestíveis?
E querem provar pra quem? E por quê?
Nas ruas isso se comprova com a quantidade de acidentes. Malditos prepotentes mutilando e ceifando a vida de inocentes.
Como dizia a minha avó: “esse mundo tá se acabando”.
Pensando bem, é melhor que se acabe mesmo, de repente, ta precisando.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Sobre o desprezo

Desprezo: s.m. Sentimento pelo qual se julga uma pessoa ou uma coisa indigna de valor, de estima ou de atenção: experimentar desprezo pelo mentiroso.
Sentimento pelo qual nos colocamos acima do temor e do desejo: o desprezo do perigo ou das riquezas.
Palavra ou atitude que inferioriza, que magoa; menosprezo: sentir o desprezo de alguém.


Desprezo é um intenso sentimento de desrespeito e antipatia. É semelhante ao ódio, mas implica um sentimento de superioridade. A pessoa desprezada é considerada indigna. Desprezo pode estar relacionada a sentimentos de indignação e amargura.
Desprezo é um desprezo forte emocional, com base na convicção da inutilidade das pessoas afectadas ou suas instituições.
O desprezo surge a partir da avaliação de outra pessoa como inferior.
O principal impacto do desprezo é uma persistente desvalorização da pessoa ou da instituição em todas as áreas possíveis e uma conseqüente não-conformidade com a pessoa ou grupo social.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Desprezo

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

sobre o egoismo

Egoísmo não é viver à nossa maneira, mas desejar que os outros vivam como nós queremos.
                                     - Oscar Wilde

Um sujeito egoísta é aquele que acredita que o mundo, inclusive as pessoas ao seu redor, foram criadas para ele e somente para ele. Uma pessoa egoísta – e todos são em maior ou menor medida – sofrem porque as outras pessoas não correspondem à sua expectativa.

O egocentrismo caracteriza-se pela fantasia de imaginar que o mundo gira em torno de si, tomando o eu como referência para todas as relações e fatos.
Uma pessoa egoísta pode não ser egocêntrica, uma vez que luta para fazer com que os fatos se amoldem a seus interesses.


A pessoa egocêntrica é egoísta, no sentido de que não consegue imaginar que não seja ela a prioridade no mundo em que vive. O egocentrismo é próprio da infância, como passagem para que a criança possa aprender a noção de referência a partir do eu e então aprender.
Há controvérsia se o egoísmo é uma característica natural humana ou se é um hábito adquirido, como um vício moral da pessoa.


A psicologia do desenvolvimento observa que a infância se caracteriza pela passagem de uma atitude naturalmente egocêntrica - em que a criança tem por referência seu organismo e suas necessidades - para uma atitude social e interativa. Deste modo, o egoísmo seria a recusa da pessoa em deixar essa fase infantil, uma luta por manter viva a fantasia do egocentrismo.
Naturalistas, como Richard Dawkins, postulam a base natural do egoísmo a partir da tendência dos replicadores do organismo se associarem apenas segundo o interesse de passar à próxima geração de organismos. É a hipótese do gene egoísta, ou seja, de que os mecanismos genéticos de reprodução agem com fins imediatos e egoístas. O altruísmo seria uma legitima construção da cultura humana.



                                           Inspiração concretizada por:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Ego%C3%ADsmo

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O maldito bronzeamento artificial





Brasília, 30 de março de 2007 - 15h30
Bronzeamento artificial: cuidados que devem ser observados
Em entrevista, o diretor da Anvisa Cláudio Maierovitch esclarece dúvidas e cuidados sobre a utilização de câmaras de bronzeamento artificial. Veja também as regras para o uso desse equipamento de forma segura.
O que a Anvisa pode fazer no sentido de dar mais tranqüilidade para as pessoas que utilizam o serviço de bronzeamento artificial?

Há bastante tempo nós temos dado atenção a este tema. Em 2002, publicamos a resolução 308/02 sobre procedimentos que devem ser adotados por aqueles que oferecem serviço de bronzeamento artificial. Não seguir essas normas pode trazer prejuízos à saúde da pessoa que se submete a esse tipo de procedimento.

Qual a posição da Anvisa sobre a utilização ou não desse tipo de bronzeamento?
De maneira geral, o uso de câmaras de bronzeamento é um procedimento que aumenta a exposição a radiações que são nefastas para a pele. A exposição a essas radiações não traz benefícios à saúde. São relevantes apenas do ponto de vista estético. Por isso, as pessoas devem utilizar o bronzeamento em câmaras de acordo com as recomendações feitas pela Anvisa. Um dos itens da nossa resolução de 2002, por exemplo, proíbe expressamente a repetição do bronzeamento num prazo inferior a 48 horas.
Que outros cuidados devem ser observados?
Há também a necessidade da presença de um técnico treinado para operar a câmara de bronzeamento. A manutenção preventiva dos equipamentos precisa ser seguida, incluindo um laudo feito por peritos que indique o nível da radiação gerada pelo equipamento. São itens fundamentais para reduzir o risco do bronzeamento. O usuário também deve apresentar uma avaliação médica da pele, indicando o nível de risco.
É possível que a má utilização dessas câmaras gere problemas graves para a saúde das pessoas?
A exposição contínua traz danos a longo prazo, aumenta o risco de câncer de pele, do envelhecimento da pele e mesmo de queimaduras. Também é possível o surgimento de problemas imediatos. Vasculhando um pouco os relatos sobre casos graves, nós encontramos um caso ocorrido nos Estados Unidos, no Alabama, em 1979. Uma pessoa que tomava um medicamento que aumentava a sensibilidade da pele à luz morreu por causa da combinação do uso do medicamento com a câmara. Por isso, é importante a avaliação médica. Mesmo que não ocorra um problema tão sério, ao longo do tempo os danos podem aparecer.
Por que esse tipo de prática é permitido?
Existem muitas práticas, muitos hábitos que são pouco saudáveis, e nem todos eles podem ser efetivamente proibidos. Nós podemos lembrar hábitos não saudáveis relacionados ao uso de substâncias como o cigarro e o álcool ou outras tantas situações, como, por exemplo, a má alimentação. No entanto, não se justifica a sua proibição até mesmo pelo status cultural e legal. Nós temos procurado difundir uma recomendação para que as pessoas se protejam da radiação solar e que não utilizem mecanismos artificiais que podem, inclusive, aumentar o risco de danos à pele.
Além das câmaras, há outros meios artificiais para o bronzeamento. Quais cuidados devem ser tomados em relação a eles?
Existem produtos registrados na Anvisa na categoria de cosméticos para esse tipo de procedimento. Tanto para as câmaras como para os outros produtos a recomendação é a mesma: verificar se o equipamento ou produto está registrado na Anvisa e se as orientações de uso estão sendo seguidas.
Informação: Assessoria de Imprensa da Anvisa

domingo, 14 de novembro de 2010

Sobre Chakras

Há dias ando pesquisando umas coisas e é muito engraçado procurar coisas na internet, porque, no meio do caminho você acaba encontrando várias outras coisas.

No caso, achei um site muito legal, que vende umas coisas muito legais, mas tem outras coisas além de venda de coisas.
O site é http://www.petramistica.com, bem legal.
Lá encontrei esse artigo que vou publicar aqui:


CHAKRAS, O QUE SÃO?


"Chacra significa roda em sânscrito. Segundo Genevieve Paulson “os chacras são vórtices através dos quais circula a energia tanto dentro como fora do corpo”.
Digamos que são pontos chave por onde sai energia e por onde a recebemos também. 
É usual ouvirmos falar de sete chacras, mas estes são apenas os principais pois existem imensos no nosso corpo. Cada ponto usado na acupunctura ou na acupressão, é um pequeno chacra. Segundo as escolas orientais são mais de 88.000 e encontram-se interligados através dos vários canais de energia chamados nádis. Entre estes canais ou nádis, temos Sushuma, Ida e Pingala (três dos mais importantes) e os chamados meridianos.
Os vórtices de energia, chamados chacras, enviam energia para os meridianos que por sua vez a direccionam às glândulas e orgãos do corpo.


Toda esta estrutura energética se situa no corpo etérico e não no corpo físico (denso). O corpo etérico é uma réplica energética do corpo físico.


 
Muládhara (Igreja de Éfeso ou Básico): situa-se entre os genitais e o ânus, e sua raiz fica na ponta da espinha dorsal. Liga-nos ao elemento Terra e seus mantras principais são o IAO e o S (como o silvo prolongado de uma serpente). Os grandes magos afirmam que ao se despertar esse centro dominamos externamente os gnomos e pigmeus, além dos fenômenos telúricos, como terremotos, erosão, pragas de formigas, lesmas e outros. Internamente, desenvolvemos a Paciência, a Diligência e a Laboriosidade. Todos os chacras das pernas (dos joelhos, do descarrego nos calcanhares, das solas dos pés etc.) estão subordinados ao Básico.


Swadhishtana (Igreja de Smirna, Prostático; chamado de uterino, nas mulheres): Localiza-se a quatro dedos acima dos órgãos sexuais, no púbis. Seus mantras principais são M e Bhuvar. Com ele trabalhamos o Tattwa Apas, com os elementais das águas, ondinas e nereidas, dominando as nuvens chuvosas, as ondas dos mares, as enchentes e as leis de equilíbrio da natureza (chamadas de Leis do Trogo Autoegocrático Cósmico Comum. É um nome complexo, mas significa Tragar e Ser Tragado, Receber e Doar, Dar para Receber). Interiormente, desenvolvemos a Castidade, a Fidelidade e a compreensão da Prosperidade. Este chacra é o centro de irradiação e controle de outros, como o da bexiga, testículos (ou ovários) e rins.


Manipura (Igreja de Pérgamo ou Solar): Confere o poder da telepatia. Mas também dominamos o Fogo, e seus seres, as Salamandras e os Vulcanos. Psiquicamente, pode-se dominar os incêndios, as fogueiras, o poder curativo das velas. Seus mantras principais são: U e RAM. Tattwa Tejas. Este chacra domina os chacras secundários e terapêuticos, como do fígado, do baço, do pâncreas, o da boca do estômago etc.



Anahát (Igreja deTiatira, Cárdias): O chacra cardíaco, por nos ligar aos elementais do Ar, Silfos e Sílfides, Fadas e Elfos, nos dá poderes sobre o vento, os furacões, as brisas, a levitação, o teletransporte. Tattwa Vayú. Também nos confere a compreensão da natureza pela teologia, pelos rituais e a mensagem dos símbolos pela Intuição. O Cárdias controla os chacras pulmonares, os das axilas, dos cotovelos e os das palmas das mãos.



Vishudda, Ajna e Sahásrara (Igrejas de Sárdis, Filadélfia e Laodicéia; Laríngeo, Frontal e Coronário): Auxiliam-nos a trabalhar e compreender as energias cósmicas, superiores, do Ser, como o desapego, a sabedoria, a verdade, a inteligência, a justiça, a misericórdia etc., já que a Loja Branca Atômica de nosso corpo físico situa-se no cérebro. Esses três chacras sagrados têm sob sua influência outros, como o do cerebelo, o “chacra oculto”, os sete chacras especiais que circundam o coronário, o do hipotálamo, do timo, do palato etc.




Bem legal!


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Aproveite a paisagem

Outro "insight" que venho tendo é sobre "apreciar a paisagem".

Desde que adquiri essa postura na minha vida, percebo que consigo aproveitar melhor as oportunidades que surgem, consigo enxergar as oportunidades.
E surgem oportunidades de todos os tipos, tanto boas quanto ruins.
Mais do que aproveitá-las, é preciso aprender com elas. 
Sempre.

É comum nos dias de hoje encontrar pessoas anciosas e preocupadas. Difícil é não ser uma delas.
Não é fácil manter o bom humor e a disposição em circunstancias que nos tiram do sério, mas acredito que é importante praticar. Se policiar para tentar tirar os ensinamentos de todas as situações. Ver o lado bom. Evoluir. Fortalecer.

Sei que parece um papo super otimista, ainda mais vindo de mim: uma pessoa pessimista convicta,  mas acho que o amadurecimento pode nos revelar surpresas muito agradáveis, desde que, ao menos, a janela esteja aberta.

Reclamar faz parte da vida, ainda mais para as pessoas mais chegadas, mas acredito que isso seja apenas um pedacinho do todo.
Quero acreditar nisso.
Que até mesmo a pior das tempestades tem a sua beleza, que por mais irregular que seja a estrada, ela tem sua função, nem que seja para chacoalhar os ossos e promover uma melhor circulação sanguinea e linfática.

Já que estamos numa viagem, o melhor a fazer é aproveitar a paisagem.
Ou "o que é um peido pra quem tá cagado?".
Ou ainda, "já que tá no inferno...".


E como já dizia o velho Jack Kerouack:
"Agora saca só esse pessoal aí na frente. Estão preocupados, contando os quilômetros, pensando em onde irão dormir essa noite, quanto dinheiro vão gastar em gasolina, se o tempo estará bom, de que maneira chegarão onde pretendem - e quando terminarem de pensar já terão chegado onde queriam, percebe? Mas parece que eles têm que se preocupar e trair suas horas, cada minuto e cada segundo, entregando-se a tarefas aparentemente urgentes, todas falsas; ou então a desejos caprichosos puramente angustiados e angustiantes, suas almas realmente não terão paz a não ser que se agarrem a uma preocupação explícita e comprovada, e tendo encontrado uma, assumem expressões faciais adequadas, graves e circunspectas, e seguem em frente, e tudo isso não passa, você sabe, de pura infelicidade, e durante todo esse tempo a vida passa voando por eles e eles sabem disso, e isso também os preocupa num círculo vicioso que não tem fim."


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