quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O maldito bronzeamento artificial





Brasília, 30 de março de 2007 - 15h30
Bronzeamento artificial: cuidados que devem ser observados
Em entrevista, o diretor da Anvisa Cláudio Maierovitch esclarece dúvidas e cuidados sobre a utilização de câmaras de bronzeamento artificial. Veja também as regras para o uso desse equipamento de forma segura.
O que a Anvisa pode fazer no sentido de dar mais tranqüilidade para as pessoas que utilizam o serviço de bronzeamento artificial?

Há bastante tempo nós temos dado atenção a este tema. Em 2002, publicamos a resolução 308/02 sobre procedimentos que devem ser adotados por aqueles que oferecem serviço de bronzeamento artificial. Não seguir essas normas pode trazer prejuízos à saúde da pessoa que se submete a esse tipo de procedimento.

Qual a posição da Anvisa sobre a utilização ou não desse tipo de bronzeamento?
De maneira geral, o uso de câmaras de bronzeamento é um procedimento que aumenta a exposição a radiações que são nefastas para a pele. A exposição a essas radiações não traz benefícios à saúde. São relevantes apenas do ponto de vista estético. Por isso, as pessoas devem utilizar o bronzeamento em câmaras de acordo com as recomendações feitas pela Anvisa. Um dos itens da nossa resolução de 2002, por exemplo, proíbe expressamente a repetição do bronzeamento num prazo inferior a 48 horas.
Que outros cuidados devem ser observados?
Há também a necessidade da presença de um técnico treinado para operar a câmara de bronzeamento. A manutenção preventiva dos equipamentos precisa ser seguida, incluindo um laudo feito por peritos que indique o nível da radiação gerada pelo equipamento. São itens fundamentais para reduzir o risco do bronzeamento. O usuário também deve apresentar uma avaliação médica da pele, indicando o nível de risco.
É possível que a má utilização dessas câmaras gere problemas graves para a saúde das pessoas?
A exposição contínua traz danos a longo prazo, aumenta o risco de câncer de pele, do envelhecimento da pele e mesmo de queimaduras. Também é possível o surgimento de problemas imediatos. Vasculhando um pouco os relatos sobre casos graves, nós encontramos um caso ocorrido nos Estados Unidos, no Alabama, em 1979. Uma pessoa que tomava um medicamento que aumentava a sensibilidade da pele à luz morreu por causa da combinação do uso do medicamento com a câmara. Por isso, é importante a avaliação médica. Mesmo que não ocorra um problema tão sério, ao longo do tempo os danos podem aparecer.
Por que esse tipo de prática é permitido?
Existem muitas práticas, muitos hábitos que são pouco saudáveis, e nem todos eles podem ser efetivamente proibidos. Nós podemos lembrar hábitos não saudáveis relacionados ao uso de substâncias como o cigarro e o álcool ou outras tantas situações, como, por exemplo, a má alimentação. No entanto, não se justifica a sua proibição até mesmo pelo status cultural e legal. Nós temos procurado difundir uma recomendação para que as pessoas se protejam da radiação solar e que não utilizem mecanismos artificiais que podem, inclusive, aumentar o risco de danos à pele.
Além das câmaras, há outros meios artificiais para o bronzeamento. Quais cuidados devem ser tomados em relação a eles?
Existem produtos registrados na Anvisa na categoria de cosméticos para esse tipo de procedimento. Tanto para as câmaras como para os outros produtos a recomendação é a mesma: verificar se o equipamento ou produto está registrado na Anvisa e se as orientações de uso estão sendo seguidas.
Informação: Assessoria de Imprensa da Anvisa